segunda-feira, 14 de julho de 2014

Entrevista: Carina Fragozo

Por: Ingrid Natalie (@ingridnatalie)

Carina Fragozo - foto: divulgação
Uma professora de currículo invejável e totalmente apaixonada pela profissão, essa é a gaúcha Carina Fragozo. A docente de 27 anos, se graduou em Letras pela PUC-RS em 2007 e desde então vêm se dedicando intensamente no auxílio para professores e alunos se desenvolverem com mais facilidade. No ano de 2010 ela se tornou mestre em linguística também pela PUC-RS. Atualmente Carina cursa doutorado na área de Linguística Geral na USP e continua lecionando aulas particulares, atuando em traduções de artigos científicos e gerencia o blog English In Brazil. 

Entrevistamos a profissional, que nos contou sobre o início de sua carreira, incluindo a sua experiência na Google Brasil,  e deixou dicas para alunos que sentem dificuldade em aprender o inglês. Confira!

TOF. Quando e como foi seu primeiro contato com o inglês? 

Carina: Sempre gostei de músicas internacionais e, quando tinha uns 12 anos, passei a me interessar pelas traduções das minhas músicas favoritas. Não tive a oportunidade de estudar inglês em escolas de idiomas na infância/adolescência e, por isso, até os 15 anos eu só estudava inglês na escola (pública). Com 16 anos cursei um semestre em um curso de inglês e, por estar muito motivada, aprendi a língua com muita facilidade. Em seguida, iniciei a Faculdade de Letras.

TOF. Quando você teve a percepção de que ser professora era o caminho certo para se seguir?

Carina: Sempre tive o desejo de ser professora. Desde criança, adorava brincar de "aulinha" e, na escola, gostava muito de ajudar os colegas. Tive a certeza de que queria ser professora de inglês porque, um ano antes de eu fazer o vestibular, minha irmã já tinha iniciado a Faculdade de Letras e eu me encantei definitivamente pela possibilidade de ensinar a língua. 

TOF. O seu currículo inclui um período de trabalho no Google Brasil como avaliadora de dados de fala. Conte-nos sobre essa experiência e você aprova o uso do Google Translator como ferramenta de estudo?

Carina: Fui selecionada pela empresa por ter experiência em Fonologia e Fonética Acústica, que foram foco no meu mestrado. A seleção envolveu avaliação de currículo, uma entrevista e um teste de transcrição fonética. Fiz parte de uma equipe com 12 linguistas (incluindo a gerente do projeto) e trabalhamos principalmente com classificação de palavras por campo semântico e com transcrição fonêmica. O projeto teve como objetivo melhorar os comandos de voz do sistema Android  e a conversão texto-voz oferecida pelo Google Tradutor.  Acredito que o Google Tradutor seja uma boa ferramenta para checar a pronúncia e o significado de palavras, mas não podemos esquecer que se trata de um tradutor automático. Até hoje, não foi criada nenhuma máquina capaz de fazer julgamentos linguísticos da mesma forma que um humano. Portanto, na maioria dos casos, é necessário fazer pesquisas mais elaboradas do que apenas confiar no Google Tradutor.

TOF. Quais as dicas que você dá para os alunos que sofrem com bloqueio de idiomas?

Carina: O importante é  que o aprendiz saiba que não será o livro ou o professor que o fará aprender a língua de uma hora para a outra, pois o aprendizado requer MUITA dedicação e motivação. Não tenho uma fórmula mágica, mas sempre recomendo que o aprendiz tenha o maior contato possível com a língua, através de textos, músicas, filmes, etc. Com relação à fala, algo que me ajudou muito foi ler textos em voz alta e falar inglês sozinha, meio que narrando minhas ações, mesmo. Isso ajuda muito a "destravar" a fala e oferece mais confiança na hora da comunicação "real".

Quer conhecer mais sobre o trabalho desta excepcional professora? Entre no site: www.carinafragozo.com.br